segunda-feira, 14 de março de 2011

artigo da Denise sobre o Dia Internacional da Mulher



Ainda há muito para conquistar

Vereadora Denise Pessôa*

O dia 8 de Março, quando comemoramos o Dia Internacional da Mulher, é um marco da luta das mulheres pela sua cidadania. Essa luta foi constante ao longo da história contemporânea, e o movimento de mulheres é um dos principais movimentos sociais do nosso tempo. No Brasil, a organização das mulheres em busca de direitos conquistou importantes avanços, como a proteção da Lei Maria da Penha às vítimas de violência doméstica. Apesar de termos nossos direitos garantidos pela Constituição, nós, mulheres brasileiras, sabemos que ainda precisamos avançar muito para que a igualdade que está escrita passe a ser vivida.

Somos mais da metade da população brasileira e, cada dia mais, aumenta o número de famílias chefiadas por mulheres. Conhecemos muito bem os problemas pelos quais passam nossas famílias e comunidades. Quase sempre, são mulheres que encabeçam as reivindicações por mais vagas em creches, por melhores escolas e que mostram ao Poder Público os graves problemas que ainda ocorrem no SUS. Porém, a quantidade de mulheres que ocupam os espaços de poder político ainda é muito pequena.

As mulheres representaram 52% do total de eleitores em 2010. Mesmo com esse percentual aumentando a cada eleição, o número de candidatas ainda é muito pequeno: nas últimas eleições, somente 21,1% das candidaturas foram femininas. No mesmo ano que elegemos a presidenta Dilma Rousseff, a primeira mulher a presidir o país, apenas 43 mulheres foram eleitas deputadas federais, entre 513 parlamentares, e somente 12 mulheres entre 81 senadores. Mesmo duplicando o número de deputadas estaduais, foram eleitas apenas oito mulheres entre os 55 deputados na Assembleia Legislativa do RS. É pouco...

Mas, além da alegria de elegermos uma mulher presidenta, há também outras boas notícias no número de mulheres nos novos governos. Dilma nomeou para o ministério o maior número de mulheres da história: são nove ministras, que representam 25% do primeiro escalão. Apesar de pequeno, o número de mulheres no secretariado do governador Tarso Genro também é histórico, pois é o maior dos últimos 16 anos.

Infelizmente, o mesmo não ocorre em Caxias do Sul. Das 24 vagas no primeiro escalão do governo municipal, somente duas (isso mesmo, apenas duas!) são comandadas por mulheres. Na Câmara Municipal, somos três vereadoras de um total de 17 vagas. Isso mostra que aqui, perto de nós, essa desigualdade também existe.

Essas informações expõem para a sociedade um importante desafio na busca de igualdade: ampliar a participação das mulheres no poder. E esse desafio não é apenas das mulheres. É evidente que a responsabilidade deve ser compartilhada por toda a sociedade. Homens e mulheres precisam atuar juntos pela conquista da igualdade.

Como bradam as militantes do movimento de mulheres: lugar de mulher é, sim, em todo lugar!

* A mais jovem vereadora mulher eleita em Caxias do Sul e presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara Municipal.

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