terça-feira, 20 de maio de 2008

Minha vida em capítulos

Eu nasci em Caxias do Sul, em uma família de classe média. Minha mãe é professora da Rede Municipal, e meu pai é construtor civil. Ambos sempre foram envolvidos com projetos coletivos. Minha mãe foi diretora da Escola Padre Antonio Vieira, durante 12 anos, trabalhando a escola vinculada a comunidade e suas realidades, e meu pai sempre participou da Diretoria da Associação de Moradores do Bairro Garbim, além de também fazer parte da UAB (União de Associações de Bairros) por algumas vezes.

A nossa vida nunca foi com luxos, muito pelo contrário. O dinheiro sempre foi contado. Meus irmãos e eu estudamos na Escola Pe. Antonio Vieira durante o Ensino Fundamental. Moramos em casa própria, construída com muito esforço pelos nossos pais. Não tínhamos condições de ter televisão colorida e telefone, e meus pais só compraram quando éramos já adolescentes. Enfim, vivíamos com um pouco de dureza e um pouco de conforto.

Estudamos, minha irmã gêmea e eu, nas mesmas escolas durante o período escolar. No 2º Grau (ou “Ensino Médio”, como se diz hoje), fizemos o Magistério, no Colégio São José. Um colégio que tinha uma preocupação muito bacana com a formação do caráter, com a criatividade, solidariedade, espírito crítico... (na minha opinião, bem melhor do que a preocupação fanática e estressante com o vestibular!). Adorava lidar com crianças e pensava em dar aula.

Nesse período, acompanhava meu pai nas lutas da comunidade e em reuniões políticas. Sabia que algo me contagiava dia a dia. A vontade de fazer algo para diminuir tantas desigualdades e lutar por um mundo melhor. Quando chegou o momento do vestibular, e eu não tinha certeza de que curso fazer. E, observando que várias pessoas, que eu passei a encontrar nesse caminho de busca pela justiça, estudavam na Faculdade de Direito, optei por esse curso na Universidade de Caxias do Sul. Estudei um ano e esse curso me deixava inquieta demais. Enquanto teorizávamos tudo, o mundo lá fora apresentava sempre mais problemas e eu me sentia presa.
E a história continua no próximo capítulo.

Um comentário:

Unknown disse...

Oi, não leva a mal, mas li a tua história no blog.
Bem legal, saber algo sobre ti, que tu mesma conte.
Beijos e abraços.

Carlos Santana