Mais de 100 pessoas participam do encontro Não Deixe o Samba Morrer
Na noite de segunda-feira (08/02) aconteceu o encontro Não Deixe o Samba Morrer, promovido pela Denise com o apoio da Liga Carnavalesca de Caxias do Sul, da Prefeitura e da GEPROSOL (Gestão em Projetos Sociais). O evento ocorreu no auditório da União das Associações de Bairro (UAB), por onde passaram mais de 100 pessoas, representantes de 14 escolas de samba da cidade (Acadêmicos de São Miguel, Acadêmicos do Leon, Acadêmicos do São Vicente, Filhos de Jardel, Imperatriz do Vale, Império da Zona Norte, Império do Jardim América, Mancha Verde, Nação Verde e Branco, Pérola Negra, Protegidos da Princesa, Reino do Sol e da Lua, Unidos da Tia Marta e Unidos do É o Tchan).
Na primeira parte, o representante da Prefeitura, diretor do Departamento de Arte e Cultura Popular da Secretaria da Cultura, Elvino dos Santos, e o presidente da Liga, Cassiano Fontana, falaram sobre a trajetória do carnaval de Caxias nos últimos anos e da relação entre as escolas e o poder público municipal.
Em seguida, foi a vez dos convidados ligados ao carnaval da capital gaúcha fazerem suas colocações. O secretário-executivo da AECPARS (Associação das Entidades Carnavalescas de Porto Alegre e do RS), Luis Fernando Lima, falou sobre iniciativas privadas e do poder público na promoção do carnaval em diversas cidades do estado. Citou exemplos de formas de buscar patrocínios privados e de legislação que protege e regulamenta o carnaval em outras cidades. O vereador Sérgio Kumpfer (PT), de Viamão, explicou o funcionamento de instrumentos legais de renúncia fiscal para o financiamento de manifestações culturais, que já são usados por entidades carnavalescas. O último convidado a falar foi Sandro Santos, da GEPROSOL, que relatou a experiência da escola de samba Estado Maior da Restinga, da zona sul de Porto Alegre. Quando atuou como diretor da escola, foram implementadas diversas ações permanentes que movimentam a escola durante todo o ano. São desenvolvidas oficinas de iniciação profissional, tanto voltadas para preparar mão-de-obra para a cadeia produtiva do carnaval, quanto para outras áreas. Atualmente, a escola da Restinga é um Ponto de Cultura e desenvolve o projeto social "Restinga Maior", que é um modelo de gestão de entidade carnavalesca que será desenvolvido em mais três escolas da capital. Como encaminhamento, Sandro sugeriu que as escolas caxienses priorizassem a organização coletiva em torno de uma entidade e que se fortalecessem por meio do desenvolvimento de trabalho social durante todo o ano.
Na terceira parte do encontro, representantes de escolas de samba fizeram suas manifestações. Em 15 intervenções, os presentes relataram as dificuldades que as escolas estão passando, agradeceram e elogiaram a iniciativa, esclareceram questões sobre as sugestões dos convidados e propuseram medidas para a melhoria do carnaval. Algumas escolas solicitaram apoio na forma de empréstimo de fantasias, já que o carnaval de Caxias será depois do desfile da capital. As escolas também pediram que o diálogo iniciado no encontro de ontem seja permanente, não apenas nesse momento de crise. Outra necessidade apontada foi a instituição de uma legislação para o carnaval, com o objetivo de regulamentar o apoio da prefeitura, evitando a inconstância e as frequentes mudanças na forma de tratamento da festa popular por parte dos agentes públicos.
No encerramento do evento, foi encaminhada a formação de dois grupos de trabalho. Um constituído pelas escolas de samba para a busca do apoio para o desfile deste ano. O outro seria uma comissão política, que encaminharia o processo de elaboração da legislação do carnaval.
Denise acredita que "o meio para o carnaval de Caxias ser ainda mais forte é o trabalho social permanente. As escolas de samba devem funcionar como 'escolas' mesmo, desenvolvendo atividades durante todo o ano. A legislação que iremos propor deverá ser um instrumento para incentivar esse aspecto do nosso carnaval."